Figuras de alto escalão, como Anderson Torres, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira receberam condenações inéditas e enfrentam a possibilidade de perda de cargo e benefícios, conforme a legislação brasileira.
Pela primeira vez na história do Brasil, militares foram presos por envolvimento em um golpe de Estado. O ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, foi condenado a 24 anos de prisão, mas não estava em sua residência quando a Polícia Federal o procurou. Ele foi encontrado no escritório de seu advogado e levado ao Complexo Penitenciário da Papuda. Sua defesa argumenta que as provas de sua inocência não foram devidamente avaliadas.
O almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, também foi condenado a 24 anos e está cumprindo pena na Estação Rádio da Marinha. Já os generais da reserva Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministros do Gabinete de Segurança Institucional e da Defesa, respectivamente, enfrentam penas de 21 e 19 anos e estão detidos no Comando Militar do Planalto.
Outro militar importante, o general da reserva Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-vice de Bolsonaro, foi preso em 2024 e agora tem sua prisão preventiva convertida em cumprimento de pena, totalizando 26 anos de sentença.
O delator do caso, coronel Mauro Cid, cumpre pena em regime aberto com restrições, conforme o acordo de delação premiada.
A Constituição determina que militares condenados a mais de dois anos de prisão devem passar por um novo julgamento no Superior Tribunal Militar, onde poderá ser decidido se perderão o posto, a patente e os benefícios. No caso de alguns delegados da Polícia Federal, como Alexandre Ramagem, que fugiu para os Estados Unidos, também há risco de perda de cargos.

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