Por Fatos Ocultos HD
Com informações da Revista Fórum
A semana promete ser decisiva para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que deve finalmente ser levado ao Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Nos bastidores, aliados próximos e integrantes do governo do Distrito Federal acreditam que o encarceramento — parte final do processo conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) — será mais um ato de “humilhação pública” contra o ex-presidente.
No entanto, a aposta entre interlocutores de Bolsonaro é de que ele deixe o presídio em menos de uma semana, retornando à prisão domiciliar na mansão alugada pelo PL no condomínio Solar de Brasília. Segundo relatos publicados pela Revista Fórum, essa previsão faz parte de uma estratégia de vitimização política cuidadosamente articulada por advogados e aliados.
“Piripaque” e dossiê médico
Durante o fim de semana, advogados de Bolsonaro afirmaram à colunista Mônica Bergamo (Folha de S.Paulo) que o ex-presidente “não suportará a prisão” e pode ter um “piripaque” para justificar o retorno à casa.
A declaração reflete o plano que vem sendo montado desde antes do julgamento dos embargos infringentes no STF. De acordo com a colunista Malu Gaspar, d’O Globo, a defesa de Bolsonaro elaborou um “dossiê médico anti-Papuda” para demonstrar que o ex-presidente não teria condições clínicas de permanecer encarcerado.
O documento, produzido por uma equipe formada por cirurgião, clínico geral e dermatologista, reúne um histórico de complicações de saúde desde a facada sofrida durante a campanha de 2018. Entre os problemas listados estão crises de refluxo, soluços, vômitos, apneia, hipertensão e câncer de pele, além das consequências de múltiplas cirurgias abdominais.
Flávio Bolsonaro reforça narrativa de perseguição
A estratégia de vitimização ganhou voz pública com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que, em entrevista ao jornal O Globo, culpou o ministro Alexandre de Moraes pelo quadro de saúde do pai.
“Acho que o castigo e a tortura que o Alexandre de Moraes está submetendo o Bolsonaro têm que ter algum limite”, disse o senador.
Em seguida, Flávio indicou o objetivo da defesa: manter o ex-presidente em casa sob justificativa médica.
“O mínimo que pode ser feito é permitir que ele fique em casa, tratando da sua saúde.”
Ibaneis Rocha e o cálculo político no DF
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), também entrou na articulação. Segundo a Revista Fórum, Ibaneis — pré-candidato ao Senado — tem interesse direto em preservar a aliança com o clã Bolsonaro para fortalecer sua candidatura.
Um ofício da Secretaria de Administração Penitenciária do DF, assinada por Wenderson Souza e Teles, subordinado a Ibaneis, solicitou que Bolsonaro fosse submetido a uma avaliação médica detalhada antes de ser encaminhado à Papuda. O documento pede a verificação da “compatibilidade do quadro clínico do interno com as condições médicas e nutricionais disponíveis no sistema prisional do DF”.
Aliados do governador avaliam que um eventual agravamento do estado de saúde do ex-presidente dentro do presídio teria impacto político devastador.
“Se Bolsonaro passar mal e morrer lá na Papuda, o governo Ibaneis vai ficar péssimo na foto”, afirmou um interlocutor bolsonarista ouvido por Malu Gaspar.
Cela sob inspeção e visita de Damares
Ainda de acordo com a Revista Fórum, a cela destinada a Bolsonaro deve ser vistoriada nesta semana pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que pretende verificar as condições do local. A parlamentar, uma das principais vozes da ala evangélica bolsonarista, quer garantir que o espaço esteja “à altura” do ex-presidente.
Com o clima político em ebulição e a defesa já ensaiando uma narrativa de “perseguição e martírio”, o desfecho do caso promete acirrar ainda mais a tensão entre o STF, o governo do DF e a base bolsonarista.
Fonte: Revista Fórum / Colunas de Mônica Bergamo (Folha de S.Paulo) e Malu Gaspar (O Globo)
Edição: Fatos Ocultos HD

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