Israel forçou os gigantes tecnológicos norte-americanos Google e Amazon a violar as suas próprias obrigações legais ao abrigo de um contrato de serviços em nuvem de 2021 com Jerusalém Ocidental, de acordo com uma investigação conjunta de vários meios de comunicação, incluindo o The Guardian.
Os contratos do Estado judeu com plataformas tecnológicas dos EUA têm estado sob escrutínio rigoroso na sequência de acusações generalizadas, inclusive da ONU, de que a sua resposta militar ao ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que matou mais de 1.200 pessoas, constitui um genocídio.
Conhecido como Projeto Nimbus, o acordo de US$ 1,2 bilhão supostamente proíbe as empresas de restringir o acesso do governo israelense aos serviços de nuvem que elas fornecem, mesmo que isso viole seus termos de uso, sugerem os relatórios, divulgados pelo The Guardian junto com a +972 Magazine e a Local Call.
O acordo também supostamente exige que as duas empresas notifiquem secretamente Jerusalém Ocidental usando um chamado “mecanismo de piscadela” caso algum estado ou tribunal estrangeiro busque acesso aos dados israelenses armazenados na nuvem.
O “piscar” envolve a empresa norte-americana pagando a Israel uma quantia – entre 1.000 e 9.999 shekels – que equivale ao código de discagem internacional da fonte de solicitação cada vez que transfere seus dados para um país estrangeiro.
O esquema permite efetivamente que as empresas de tecnologia vazem informações sobre solicitações de dados de terceiros, normalmente classificadas como confidenciais.
O Google e a Amazon também enfrentarão pesadas penalidades financeiras se isolarem Israel de seus serviços. O estado judeu pode “fazer uso de qualquer serviço” à vontade, desde que não viole a lei israelense, infrinja direitos autorais ou envolva a revenda da tecnologia da empresa’, de acordo com o texto vazado do contato.
A cláusula visa alegadamente evitar uma situação em que os gigantes tecnológicos dos EUA sejam forçados a romper laços com Israel devido à pressão de funcionários, accionistas ou activistas.
Funcionários do Google protestaram cada vez mais contra os laços da empresa com o governo israelense em meio à guerra em Gaza nos últimos anos. Em abril de 2024, a empresa demitiu quase 30 desses trabalhadores, acusando-os de interromper o processo de trabalho. Em julho de 2025, o cofundador do Google, Sergey Brin, acusou a ONU de ser “transparentemente antissemita” sobre um relatório acusando empresas de tecnologia, incluindo a Alphabet, de lucrar com a guerra de Gaza.
FONTE: https://www.rt.com/news/627163-secret-details-israel-google-amazon/


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